sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Os sonhadores de Arnhem


Contando com um campeonato duopolizado, tal como o português ou o espanhol, a Holanda tem no Ajax e no PSV as duas melhores equipas da história e da atualidade da Eredivisie. Ocasionalmente, outras equipas com menor poderio intrometem-se entre os dois gigantes nacionais. Clubes como Feyenoord, AZ Alkmaar ou Twente são sempre nomes a ter em conta. Contudo, têm estado algo “apagados”, nas últimas temporadas, sendo de destacar apenas a qualidade de alguns dos jovens que figuram nos seus plantéis.


Este ano, a história é outra. O Vitesse tem surpreendido muita gente com os seus resultados, neste início de época. Com cerca de uma dezena de jogos disputados, a equipa da cidade de Arnhem encontra-se nos primeiros lugares da tabela e a sucessão de bons resultados teima em continuar. 



Tal como a grande maioria das equipas daquela competição, apresenta uma média de idades bastante baixa e um futebol marcadamente ofensivo, no qual as preocupações defensivas são secundárias. Para além dos promissores jogadores cujos passes pertencem à entidade holandesa, a equipa foi bastante fortalecida pelo Chelsea, de José Mourinho. Ultimamente, os “blues” têm cedido vários jovens ao seu clube-satélite, tendo de se destacar os nomes de Nemanja Matic e Thomas Kalas (atualmente, às ordens do “Special One”), que por lá evoluíram. Para a temporada 2013/14, o clube de Stamford Bridge enviou seis atletas.



Começando pela defesa, em Arnhem vivem Sam Hutchinson, jogador polivalente formado na academia do Chelsea; Patrick Van Aanholt, defesa esquerdo holandês contratado, em 2007, ao PSV, que já vai na segunda época ao serviço do clube do seu país; e o ainda júnior Cristian Cuevas, lateral canhoto chileno, que marcou presença no último Mundial de Sub-20.



No meio-campo, Gael Kakuta, francês ligado contratualmente aos “blues”, desde 2007, que procura confirmar as expectativas que, à volta dele, foram criadas, e Lucas Piazón tentarão dar nas vistas para regressar a Londres. O brasileiro ex-São Paulo, muito comparado a Kaká, entrou a todo o gás, marcando vários golos importantes na Eredivisie. Depois de uma curta estadia em Málaga, este poderá ser o ano da sua definitiva afirmação.



No setor ofensivo, marca presença um jogador que dispensa apresentações. O ganês Christian Atsu, contratado, a um ano do final do contrato, ao FC Porto, não tinha espaço no clube inglês e estará um ano a “rodar”.



Da Premier League, chegou ainda o luso-guineense Francisco Júnior, emprestado pelo Everton. Formado no Benfica, o médio ofensivo estava demasiado “verde” para o nível dos “toffees”. 



Nem todos poderão ser titulares, mas uma coisa é certa, todos eles, sem exceção, ganharão experiência e, possivelmente, qualidade.



Daqueles que já faziam parte dos quadros do clube, destacam-se o lateral direito goleador Kelvin Leerdam, o médio ofensivo georgiano Valeri Qazaishvili e o extremo Renato Ibarra


Em suma, é uma equipa jovem, que, sob o comando de Peter Bosz, joga como gente grande. O técnico holandês conseguiu fazer com que as saídas de Marco Van Ginkel e Wilfried Bony, duas das sensações da época passada, não fossem notadas e, com grande mérito, conseguiu ainda melhorar os níveis exibicionais da equipa. 


A direção pede uma classificação melhor do que o excelente quarto posto da última temporada e os adeptos sonham com um título que nunca entrou no museu do clube. Será um objetivo demasiado irrealista? Só o futuro o dirá.

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