De não convocável a titular indiscutível. Foi este o percurso de Magique em apenas duas semanas. Em análise, a solução de Sérgio Conceição para a pouca produtividade dos seus pontas de lança.
Chegou a Coimbra há três anos para a equipa júnior. Logo na primeira época foi chamado à equipa principal. A qualidade técnica chamava a atenção, mas a pouca experiência, a pouca objetividade das suas ações, e a forte concorrência (principalmente de Diogo Valente e Marinho) contribuíram para a sua rara utilização.
Na época seguinte o registo manteve-se, e Magique acabou emprestado ao Trofense. Começou a jogar, e se os números não impressionaram (2 golos em 19 jogos) as exibições fizeram-no voltar a Coimbra. Mais uma vez a concorrência (à partida seria o quinto extremo na hierarquia) afastavam-no do 11. Mas as más exibições dos 3 pontas de lança, levaram Sérgio Conceição a adaptar Magique à posição. Muito rápido, com boa capacidade técnica, e mais objetivo, agarrou facilmente o lugar. Logo no primeiro jogo como titular, marcou o golo que derrotou o Olhanense.
Esquerdino e extremo de raiz, jogava preferencialmente na direita. Foge facilmente da zona central, o que complica bastante a vida aos centrais adversários. Desmarca-se bem, principalmente quando o adversário defende alto. Precisa de aparecer melhor em zonas de finalização, e ser mais frio na hora do remate.
O novo menino bonito da briosa é um exemplo de que a paciência de um jogador, e da estrutura envolvente, pode dar frutos a longo prazo. A adaptabilidade às 3 posições do ataque pode ser um trunfo na progressão da carreira.