domingo, 2 de março de 2014

Benfica Versão 2020

Publicado no blogue Passe de Letra:

"Nos últimos tempos, muito se tem comentado sobre a aposta (ou falta dela...) que os encarnados têm feito nos produtos das camadas jovens. Os adeptos desesperam para ver talentos da formação secundária a atuar na principal e, como resposta, o presidente do clube afirmou que, na equipa A das águias, predominarão jogadores portugueses, em... 2020.
Apesar de ter feito promessas do mesmo cariz nos primeiros anos de presidência, a declaração de Luís Filipe Vieira parece ter agora bases mais sólidas. O "Caixa Futebol Campus" começou a dar frutos e, atualmente, para além do domínio nas convocatórias para as seleções jovens portuguesas, o clube da Luz conta ainda com uma excelente equipa B, na qual vários jovens repletos de potencial estão, aos poucos, a efetuar a transição para o exigente futebol sénior. Aos nomes de André Gomes e André Almeida, poder-se-ão juntar outros atletas cuja maturidade futebolística vai crescendo de dia para dia. Com base nestas premissas, farei um exercício de futurologia, tentando antecipar um possível plantel vermelho e branco no longínquo ano anteriormente referido. Para tal, apenas terei em conta os jogadores atualmente vinculados ao Sport Lisboa e Benfica e colocarei o cenário de que nenhum deles será vendido, mesmo sabendo que as hipóteses de tal acontecer são remotas.

Na baliza, estariam Jan Oblak, possivelmente um dos melhores guardiões da Europa em 2020, e Bruno Varela, possante guarda-redes que fez toda a formação no Seixal. Para além destes, também o júnior André Ferreira tem demonstrado qualidade necessária para um futuro risonho. Para as laterais, haveria André Almeida, João Cancelo, Pedro Rebocho e Bruno Gaspar. O internacional A português seria um dos mais experientes da equipa, enquanto que os restantes evidenciam atualmente capacidade para um dia se tornarem regulares na equipa de Jorge Jesus. No centro da defesa, Lisandro Lopez, a realizar uma boa época de estreia no Velho Continente ao serviço do Getafe CF, partilharia a titularidade com Fábio Cardoso ou João Nunes, dois ótimos centrais com um percurso de formação exemplar. O polivalente jogador sueco Victor Lindelof seria também opção, tanto para a posição de defesa central, como para a de médio defensivo.

Um pouco mais à frente, os juvenis Gonçalo Rodrigues e Renato Sanches juntar-se-iam ao mestre dos passes longos, Rúben Pinto, num meio-campo dinâmico e consistente, que contaria ainda com a preciosa ajuda de um médio ofensivo, posição para a qual haveria atletas de elevada qualidade, como Filip Djuricic, detentor da mítica camisola "10" e que se encontra ainda em fase de adaptação ao futebol português, Bernardo Silva, possuidor de um pé esquerdo fenomenal muito acarinhado pelos adeptos, Rochinha, médio ofensivo que tem estado debaixo dos holofotes europeus, devido à sua participação na Liga dos Campeões de júniores, e ainda João Carvalho, número "10" dos juvenis das águias que passeia classe com o esférico nos pés.

Para a posição de extremo, as soluções seriam muitas e variadas. Um conjunto vasto de atletas tornaria os flancos da equipa perigosíssimos para quem a defrontasse. São eles "Toto" Salvio, internacional argentino que prima pela raça e pela capacidade de aceleração, Nico Gaitán, atleta com um controlo de bola muito acima da média, Lazar Markovic, prodígio sérvio contratado ao Partizan de Belgrado, Pizzi, internacional português que demonstrou muita qualidade com as cores do Deportivo, e ainda quatro jogadores "made in" Seixal: Ivan Cavaleiro, Hélder Costa, Romário Baldé e Gonçalo Guedes.

A frente de ataque seria o setor mais debilitado do plantel. Nelson Oliveira, atualmente cedido ao Stade Rennais FC, contaria com o estatuto de intocável, num posto para o qual haveria ainda os nomes de Funes Mori ou Fábio Novo, interessante atacante da promissora geração de juvenis. Há razões para acreditar que o plantel terá, de forma gradual, mais jogadores vindos da formação. À qualidade dos atletas em causa junta-se ainda o fator crise, que diminuirá o investimento feito noutros mercados. 
Por tudo isto, pede-se apenas à massa associativa que tenha paciência, pois, como disse Rúben Amorim, os jovens estão a ser formados e lançados aos poucos na equipa principal, sem risco de se "queimarem", como provavelmente aconteceria, se fossem atirados às feras à menor demonstração de qualidade."

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