sábado, 6 de setembro de 2014

Relatório: Matí Kranevitter (CA River Plate)


“El Tucumano” Matí Kranevitter, o mais velho de seis irmãos, cresceu nas ruas de Yerba Buena, onde lutou pela subsistência da família desde tenra idade. Trabalhou em campos de golfe por 15 pesos ao dia, intervalando com umas “tacadas” que, assegura, eram de um jovem promissor na modalidade. Ao fim do dia, os 10 pesos que entregava à progenitora ajudavam a colocar o pão na mesa. No entanto, a desenvoltura com os pés levou-o a trocar os tacos de golfe pela bola de futebol, iniciando percurso no San Martín local.



Decidiu apostar forte no futebol, numa ilusão comum a muitos outros jovens, e certamente seduzido pelos milhões que um dia poderiam alterar a condição social da família. Com 14 anos, decidiu prestar provas no River Plate, e a vida acabou por finalmente lhe sorrir. Mas não sem lhe exigir novo sacrifício. Viajou sozinho para Buenos Aires, e depois de passar nas provas, aí permaneceu longe da família. Integrou as camadas jovens do clube e partilhou o balneário, por exemplo, com Balanta ou Lanzini, que também se estrearam pela equipa sénior mais tarde. Numa entrevista recente, confessou que embora a adaptação à capital tenha sido rápida, atravessou várias dificuldades. Se lhe passou pela cabeça regressar ao bairro e abdicar do sonho? Nunca. 

Kranevitter – hoje com 21 anos - estreou-se na equipa principal pela mão de Ramon Díaz, em 2012, frente ao Lanús. Jogou pouquíssimo tempo – mal deu para tocar na bola – mas sentiu o ambiente do fervoroso Monumental. O River Plate venceu por 1-0, com um golo da autoria do ex-Benfica Rodrigo Mora. Jogava-se a última jornada do Torneo Inicial 2012, em dezembro. Passaram cerca de seis meses até “Los Millo” voltarem a defrontar o Lanús. Desta feita, em jogo do Torneo Final 2013 e com um resultado bem diferente… 5-1 favorável aos “granate”. Kranevitter jogou os segundos 45 minutos, e apesar do desastre colectivo – ao intervalo já estava 4-1 – deu excelentes indicações a Ramon, que o elevou à condição de titular no jogo seguinte. “Krane” foi crescendo, e afirmou-se às ordens do actual treinador do River: Marcelo Gallardo. 

Representou a Argentina no sudamericano sub-20, cumprindo os 90 minutos nos três jogos que disputou. Tem Mascherano como modelo, e há muito de “el jefe” no seu futebol. Kranevitter é um jogador de processos simples, cumpridor, que pode actuar como médio defensivo ou ligeiramente mais subido, como interior. Conhece os espaços que tem que pisar e é forte tanto na saída como em progressão. Trata-se de um jogador de apoios, que procura dar sempre uma solução de passe aos companheiros, e com a bola no pé, apresenta grande precisão no passe, com grande qualidade no médio/longo. Dedicado, chegou a jogar um “superclássico” amigável com 40 graus de febre, algo que não o impediu de protagonizar uma exibição sólida. Não é um jogador muito agressivo, embora não se coíba de colocar o pé para disputar qualquer lance. Lê bem o jogo, o que lhe confere boa capacidade de antecipação. Encaixa no perfil que muitos treinadores estão a adotar para a posição “6”, e tem sido associado a clubes italianos. 




Bilhete de Identidade (dados retirados do portal 'Transfermarkt')
Nome: Claudio Matías Kranevitter


Posição principal: médio defensivo

Posições secundárias: defesa central e médio-centro

Data de nascimento: 21/05/1993

Naturalidade: San Miguel de Tucumán (Argentina)

Altura: 1,78 m

Total de visualizações